terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Uni-verso



"As pessoas fazem História, mas raramente se dão conta do que estão fazendo"
(Christopher Lee)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Fazendo a barba


- A morte não é um espetáculo agradável pra os jovens. Alías, para ninguém.
Começou a pincelar o rosto do morto. A barba, de uns quatro dias, estava cravada.

Através da porta fechada vinha o murmúrio de vozes abafadas rezando um terço. Lá fora o céu ia acabando de clarear; um ar fresco entrava pela janela aberta do quarto.
O barbeiro devolveu o pincel e a vasilhinha, o rapaz já estava com a navalha na mão e o afiador. Pôs a vasilhinha com o pincel na mesa.
O barbeiro afiva a navalha. No salão era conhecido seu estilo de afiar, acompanhando trechos alegres da musica classica que ele ia assobiando. Ali no quarto, ao lado do morto, afiava num ritmo diferente, mais espaçado e lento; alguém poderia quase deduzir que em sua cabeça o barbeiro assobiava uma marcha funebre.
- è tão esquisito- disse o rapazinho.
- Esquisito?- o barbeiro parou de falar.
- A gente fazer a barba dele...
O barbeiro olhou para o morto:
- Que é que não é esquisito?- disse.- Ele, nós, a morte, a vida; que é que não é esquisito?"

(Luiz Vilela)

Vida & Obra

Rachel de Queiroz nasceu em 1910, em Fortaleza, Ceará. Ainda não havia completado 20 anos, quando publicou O quinze, seu primeiro romance. Mas tal era a força de seu talento, que o livro despertou imediata atenção da crítica. Dez anos depois publicou o segundo romance, Joao Miguel. Cronista primorosa, escreveu para teatros e para crianças. Rachel de Queiroz mora no Rio de Janeiro desde 1931 e foi a primeira escritora a ingressar na Academia Brasileira de Letras.

Vida & Obra


Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e, na mesma cidade, faleceu em 1908. Foi poeta, romancista, cronista, teatrólogo, crítico literário, um escritor completo. De origem humilde, criado no Morro do Livramento, perdeu a mãe muito cedo, mas encontrou na madrasta, uma lavadeira, o grande apoio de sua infância. Empregado de uma livraria, chegou perto dos livros e tomou gosto pela leitura. Descobriu a paixão de sua vida: o estudo. Começou a escrever aina muito jovem, quando passou a colaborar na imprensa na época. Apesar de ser mais conhecido como romancista, foi na poesia que iniciou sua vida literaria: Crisálidas (1864) confirma o interesse dele pelos versos. Em 1897, no Rio, foi fundada a Academia Brasileira de Letras e ele foi o seu primeiro presidente. è considerado um dos mais importantes escritores brasileiros.

Vida & Obra

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, Minas Gerais, em 1902. Pasou a Infância em Minas, entre a fazenda dos pais e a capital, Balo Horizonte, onde realizou seus primeiros estudos. Depois de morar em Nova Friburgo, no interior do estado do Rio de Janeiro, e em Balo Horizonte, estudando e trabalhando como redator de jornal e funcuinário público, Drummond fixou residência no Rio, onde permaneceu até sua morte, em 1987. Considerado um dos mais importantes poetas brasileiros, deixou uma obra marcada pelo sentimento e pela descoberta da vida, reunida em dezenas de livros de poemas, contos e crônicas.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

CRIAÇÃO

Meus versos soltos, quais anjos ledos,
Em meus deleites, nas madrugadas...
Fiando pérolas, suspiro ao vento...
Rajadas loucas...da criação...

(Emérita Andrade Ramos)

Realizações em sonhos



Quem me dera se eu pudesse
estar contigo nesta hora
para revelar tudo o que sinto
e tivesse a grata chance de poder
explicar meus sentimentos
por ti a cada instante.

Quem me dera se eu pudesse
estar contigo no frio inverno
para unir meu corpo ao teu,
sentir o mais aconchegante aquecimento,
saciador de ilusões
e viver aspirações, suaves carícias.

Quem me dera se eu pudesse
passear contigo pelas ruas,
beijar-te livremente
sem falsos olhares.

Ah! Quando tudo se tornar real
nós dois viveremos velhas aventuras,
realizaremos amáveis sonhos
Escreveremos uma história de amor
que não merece ter fim.

(Betinho d'Saubara)

GARI-POETA

Varria da vida a podridão
limpava a sujeira do mundo
e tinha tempo para sonhar
                        amar
                        ter ilusões...


E sem tempo tinha tempo para cantar
as muitas emoções


Era um gari que
com as mãos apanhava o lixo da rua
e no peito levava a sua bagagem poética
-UM SONHO LINDO DE AMOR.

(Aurivaldina Padilha Gleyser)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Jovem iletrado


Oh!Jovem iletrado
a vida o desamparou
o homem o renegou
mas, com coragem se superou!
Vai a luta
o dia inteiro:
és o vendedor de picolé
é o jornaleiro
é o entregador
e  biscateiro.
Caminha, caminha...
caminheiro!
Suas sandálias
o asfalto esfolou
Vai às ruas
por desespero
pois a vida o marcou!
Oh!Jovem iletrado
seu diploma, as "Universidades da Vida"...
   OUTORGOU!


(Antonia Maria Ribeiro)