quarta-feira, 21 de setembro de 2011

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O celular destruiu um dos grandes prazeres do século passado: prosear ao telefone.
Hoje, por culpa dele somos obrigados a atender chamadas o dia todo. Viramos uma espécie de telefonistas de nós mesmos: desviamos chamadas, pegamos e anotamos recados…
Depois de um dia inteiro bombardeado por ligações curtas, urgentes e na maioria das vezes irrelevantes, quem vai sentir prazer numa simples conversa telefônica? O telefone, que era um momento de relax na vida da gente, virou um objeto de trabalho. O equivalente urbano da velha enxada do trabalhador rural. Carregamos o celular ao longo do dia como uma bola de ferro fixada ao corpo, uma prova material do trabalho escravo.
O celular banalizou o ritual da conversa à distância. No mundo pré-celular, havia na sala uma poltrona e uma mesinha exclusivas para a arte de telefonar. Hoje, tomados como num transe, andamos pelas ruas, restaurantes, escritórios e até banheiros públicos berrando sem escrúpulos num pedaço de plástico colorido.
Misteriosamente, uma pessoa ao celular ignora a presença das outras. Conta segredos de alcova dentro de elevador lotado. É uma insanidade. Ainda não denunciada pelos jornalistas, nem estudada com o devido cuidado pelos médicos. Aliás, duas das classes mais afetadas pelo fenômeno. A situação é delicada.

[Marcelo Tas]

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O BICHO


 
“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem”.

(Manuel Bandeira)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Engraçadas



O que é que você pode botar na sua mão direita e não pode botar  na sua mão esquerda?
-Seu cotovelo esquerdo.

O que é que vai pra cima e vai pra baixo sem se mover?
-A escada (dããã).

O que é que você faz se escrever onze mais onze em algarismo romano?
-XiXi

Porque o confeteiro é mau?: Porque para fazer o bolo, ele quebra o ovo, bata a clara, amassa a massa e ainda bota no fogo.

*Retirado do livro Rolando de rir, do autor Ziraldo.