terça-feira, 22 de julho de 2014

é o AMOR

 CARTA DE SÃO PAULO AOS CORÍNTIOS DE HOJE
         Se eu aprender inglês, espanhol, alemão e chinês, e dezenas de outros idiomas, mas não souber me comunicar como pessoa, de nada valem minhas palavras.
         Se eu concluir um curso superior, andar de anel no dedo, freqüentar cursos e mais cursos de atualização, mas viver distante dos problemas do povo, minha cultura não passa de inútil erudição.
         Se eu morar no Nordeste, mas desconhecer os problemas e sofrimentos de minha região e fugir para férias no Sul, até na América ou Europa, e nada fizer pela promoção do homem, não sou cristão.
         Se eu possuísse a melhor casa de minha rua, a roupa mais avançada do momento e o sapato da moda, e não me lembrasse de que sou responsável por aqueles que moram na minha cidade e andam de pés no chão e se cobrem de molambo, sou apenas um manequim colorido.
         Se eu passar os fins de semana em festas e programas, sem ver a fome, o desemprego, o analfabetismo e a doença, sem escutar o grito abafado do povo que se arrasta a margem da história, não sirvo para nada.
         O cristão não foge dos desafios de sua época. Não fica de braços cruzados, de boca fechada, de cabeça vazia; não tolera a injustiça nem as desigualdades gritantes de nosso mundo; luta pela verdade e pela justiça, com as armas do amor.
         O cristão não desanima nem se desespera diante das derrotas e dificuldades, porque sabe que a única coisa que vai sobrar de tudo isso, é o AMOR.





Dom Hélder Câmara,

Senhor Prefeito do Distrito Federal:
Eu sou um desses estranhos animais que têm por habitat o Rio de Janeiro; ouvi-me, pois, com o devido respeito. Sou um monstro de resistência e um técnico em sobrevivência – pois o carioca é, antes de tudo, um forte. Se às vezes saio do Rio por algum tempo para descansar de seus perigos e desconfortos (certa vez inventei até ser correspondente de guerra, para ter um pouco de paz) a verdade é que sempre volto. Acostumei-me, assim, a viver perigosamente. Não sou covarde como esses equilibristas estrangeiros que passeiam sobre fios entre os edifícios. Vejo-os lá em cima, longe, dos ônibus e lotações, atravessando a rua pelos ares e murmuro: eu quero ver é no chão.
Também não sou assustado como esse senhor deputado Tenório Cavalcanti, que mora em Caxias e vive armado; moro bem no paralelo 38, entre Ipanema e Copacabana, e às vezes, nas caladas da noite, percorro desarmado várias boates desta zona e permaneço horas dentro da penumbra entre cadeiras que esvoaçam e garrafas que se partem docemente na cabeça dos fiéis em torno. E estou vivo.
Ainda hoje tenho coragem bastante para tomar um ônibus ou mesmo um lotação e ir dentro dele até o centro da cidade. Vivo assim, dia a dia, noite a noite, isto que os historiadores do futuro, estupefatos, chamarão a Batalha do Rio de Janeiro. Já fiz mesmo várias viagens na Central. Eu sou um bravo, senhor.

Sei também que não me resta nenhum direito terreno; respiro o ar dos escapamentos abertos e me banho até no Leblon, considerado um dos mais lindos esgotos do mundo; aspiro o perfume da curva do Mourisco e a brisa da Lagoa e – sobrevivo. E compreendo que, embora vós administreis à maneira suíça, nós continuaremos a viver à maneira carioca.
Eu é que não me queixo; já me aconteceu escapar de morrer dentro de um táxi em uma tarde de inundação e ter o consolo de, chegando em casa, encontrar a torneira perfeitamente seca.
Prometestes, senhor, acabar em 30 dias com as inundações no Rio de Janeiro; todo o povo é testemunha desta promessa e de seu cumprimento: é que atacaste, senhor, o mal pela raiz, que são as chuvas. Parou de chover, medida excelente e digna de encômios.
Mas não é para dizer isso que vos escrevo. É para agradecer a providência que vossa administração tomou nestas últimas quatro noites, instalando uma esplêndida lua cheia em Copacabana. Não sei se a fizestes adquirir na Suíça para nosso uso permanente, ou se é nacional. Talvez só possamos obter uma lua cheia definitiva reformando a Constituição e libertando Vargas.
Mas a verdade é que o luar sobre as ondas me consolou o peito. E eu andava muito precisado. Obrigado, Senhor.
Rubem Braga – Rio, junho de 1951

Indo embora...





"[...] A correnteza do rio vai levando aquela flor
E eu adormeci sorrindo
Sonhando com o nosso amor
Sonhando com o nosso amor"

(Tom Jobim)

A gente quer!


A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...
É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...
É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...

(É - Gonzaguinha)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Encontrando Deus



Amém!



"As almas tiram sua felicidade ou sua infelicidade de si mesmas; que sua sorte está subordinada ao seu estado moral e que a reunião das almas simpáticas e boas é uma fonte de felicidade; que, segundo o seu grau de depuração, penetram e entreveem as coisas que se apagam diante das almas grosseiras, e todo o mundo o compreenderá sem dificuldade; dizei ainda que as almas não chegam ao grau supremo senão pelos esforços que fazem por se melhorarem e depois de uma série de provas que se prestam à sua depuração; que os anjos são as almas que alcançaram o último degrau, o qual todos podem atingir com boa vontade; que os anjos são os mensageiros de Deus, encarregados de velar pela execução dos seus desígnios em todo o Universo".

(Trecho do "Livro dos Médiuns)

sábado, 5 de abril de 2014



Pus o meu sonho num navio
E o navio em cima do mar;
Depois, abri o mar com as mãos,
Para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul das ondas entreabertas,
E a cor que escorre dos meus dedos
Colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe...
A noite se curva de frio...
Debaixo da água vai morrendo
Meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
Para fazer com que o mar cresça,
E o meu navio chegue ao fundo
E o  meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará Perfeito: 
Praia lisa, Águas ordenadas, 
Meus olhos secos como pedras
E as minhas duas mãos quebradas...

(Cecília Meireles)

quinta-feira, 3 de abril de 2014



"O que é verdadeiro volta? Não. O que é verdadeiro não vai. O que é verdadeiro, permanece."

(Filme Querido Jonh)

Evanescence - My Immortal





@!!

"These wounds won't seem to heal

This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase"

segunda-feira, 10 de março de 2014

 

"A melhor coisa que voce pode fazer por uma pessoa é inspira-la"
(Bob Dylan)