quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Crime e Castigo


Interrogado pelo comissário, jurou inocência. Inquerido pelo delegado, voltou a jurar. Não acreditaram. Doi indiciado, pronunciado, julgado, condenado. Sempre gritando que estava inocente.
assem novamente, para agravamento de pena.
No fim de cinco anos de prisão, acabou convencido de que era mesmo culpado. Pediu que o julgassem de novo para agravamento de pena. Em vez disto, soltaram-no porque findara a pena.
Saiu confuso, já não tinha certeza se era inocente ou culpado, ou as duas as coisas ao mesmo tempo. como toda gente.

(Carlos Drummond de Andrade)

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